logo

Cap. 12

Ilustração com uma mesa coberta por pilhas de papel, atrás das quais está a silhhueta de um homem magro de óculos. Ao fundo localiza-se uma janela de vidro, na qual está escrito CITY HALL

Enquanto isso, a vida seguia em Rotten Root.

O prefeito McQueen caminha pela rua central. Na verdade, aparentemente sua legislação se restringe a esse pedaço da cidade, já que não há registros ou memórias de alguma visita sua à comunidade latina que sobrevive ao pé do Morro da Capela.

Passando pelo saloon, como de costume, encontra o padre saindo do local.

Prefeito: — Senhor padre, parece que deu tudo certo com nosso visitante.

Padre, sem parar para responder: — Ele já foi.

Prefeito: — Que bom que nem deu trabalho.

O padre pensa em protestar, mas decide que não perderá mais tempo por causa daquele maldito escorregadio que não parava quieto nem preso. Ele apenas vira as costas para o prefeito e ruma para a capela.

Padre: — Vou para a capela. Só me chame se for para algum enterro.

Prefeito:— Sim senhor. Amém!

A prefeitura fica próxima ao saloon (provavelmente não por coincidência). É uma construção de madeira com dois andares, sendo o de cima a moradia de McQueen.

Ele passa pela calçada em frente à janela do andar inferior e acena para o rapaz que atende ao público que, às vezes, aparece por ali com alguma reclamação.

“Preciso lembrar o nome dessa criatura”, pensa o prefeito ao mesmo tempo em que pergunta se está tudo em ordem.

Ele nem espera o rapaz responder e continua caminhando até a escada lateral que leva ao seu andar. “Malditos degraus”, pensa o homem já chegando em seus aposentos. Ele fecha a porta e as cortinas, pendura seu chapéu e caminha até um grande relógio de quase 2 metros de altura que parece ter sido plantado no canto de seu quarto.

Abrindo o relógio, ele para o pêndulo, remove a peça, depois retira o fundo falso do relógio e começa a pegar o conteúdo do recipiente.

— Prefeito!

O grito vem da rua, quase parando o coração de McQueen que, apressadamente, recoloca o fundo e o pêndulo, fazendo o relógio voltar a funcionar antes de correr para a janela.

— O que aconteceu? – pergunta ele ao atendente do nome esquecido que o aguarda em meio a mais algumas pessoas na rua.

— Vem vindo outro – responde o rapaz.
 

Texto Anterior Próximo Texto